sábado, 3 de outubro de 2009

Limpeza e Canto.

Quando nos sentimos sozinhos, o canto limpa nosso ser e nos alivia de nós mesmos.
Interessante! Mas pretendo vos falar nesse instante, sobre o canto, canto de cantinho, sabe?
Cantinho de cafofo. Nosso canto, nosso espaço, nossa casa, nosso lar, enfim.
A limpeza aqui declarada é a da nossa casa, e lhes digo, fazê-la é mais do que um momento de tortura, é um espaço de auto-conhecimento. E cara, é triste.
Antes da tristeza é interessante recapitular as alegrias, nossa, como é superdemaisdaconta quando temos o nosso cantinho. Dormir, comer, acordar,chegar e sair na hora que dá na cabeça.
As vezes você dorme,acorda e come no mesmo lugar! Super!
Ah e também saímos e chegamos e... a bagunça e sujeira também não sai de lá!
A louça não desaparece da pia, o banheiro não é auto-limpante e o congelador é realmente um congelador, descongelar nada!
Enfim, lavar banheiro, esfregar frestinhas, lavar pecinhas, arrastar móveis, tirar pó disso e daquilo não é só terror, é aventura também. Eu mesma já fiz altas descobertas,como uma blusinha minha, que estava sumida há um século,já acusei várias amigas e no final das contas a encontrei na fresta da cama. Foi bacanis. Sem contar os brincos e meias que vão parar lá também.
Mas voltando naquele papo de auto-conhecimento ( com ou sem hífen?) , quando estamos fazendo a limpeza da casa, pensamos na vida de uma maneira muito intensa e tal, hoje quando lavava a louça, arrastava o fogão e coisa do tipo, pensei o seguinte:
A minha vida nunca foi das mais lineares, assim como a minha mente (Oh!). E meu, nada na minha vida é assim. A única coisa organizada na minha casa é o armário de pratos.
Meu orgulho. Primeiro os pratos rasos desenhadinhos, depois os claros com frizinho, depois os quase transparentes, aí vem as travessinhas, uma coisinha que eu não sei bem o que é, duas cumbuquinhas de sopa e pronto!
Tudo arrumadinho impecavelmente, mas é só. A gaveta de talheres é um atentado aos dedos. O compartimento de potinhos e panelas deveria se chamar: compartimento de patinhos e ponelas, tudo se mistura, uma zona só.
Meu guarda-roupas é organizado uma vez por trimestre: uma parte de vestidos, outra de blusinhas (as vezes separada por cor), calças, saias etc. Não dura uma semana. Toda manhã eu procuro as roupas numa cena tipo:sorteio do caminhão do faustão.

Os sapatos sofrem, coitados. Todos socados no fundo do armário ( não junto com as roupas, sou bagunceira, não porca).
Bem, não sou realmente nada organizada, minhas anotações de aula, são uma catástrofe.
Já vi coisa do tipo: “O grande desafio da democracia, comprar pão e alface, sem falta”.
Mas, eu sempre começo os afazeres domésticos bem animada,ligo o som alto e inicio pela louça. Lavo tudo e vou para o fogão, depois de limpo bate aquela fome, faço um lanchinho e vou pra frente da TV.
Quando vejo tudo sujo de novo, desanimo. Ai ai, e assim vai, quando dá a louca começo de novo.
As vezes me irrito profundamente com a bagunça e vou enfiando tudo no armário.
O que os olhos não vêem o coração não sente.
No fundo no fundo, eu sei que não sou má pessoa e minha casa é até aconchegante.